terça-feira, 8 de setembro de 2009

SOU

Algo mais do que este punhado de terra que, em sangue e nervos, se envaidece e se apaga e que ao pó, uma vez mais, há de retornar, dispesa; Sou um absmo que o nada do universo quebra, Sou o espaço que seduz a matéria que me integra; Sou a luz de minha lâmpada na noite mais negra e a mais negra noite quando minha lâmpada se apaga; Sou a fonteira dos outros, imprecisa e vaga. Sou o esgar vencido dos velhos séculos e o gesto prepotente dos séculos que ainda estão distantes: Pedra talhada de antigas pegadas e de novos passos. Sou, enfim, rebento de tanta luz e de tantos acasos que já tenho os olhos cegos e não sei se estou vivendo. Mas, ainda assim, sou. E vou pela vida, sendo. E minha razão para ser é razão tão forte, que sou a causa essencial para que exista a morte. Claudia Giribet

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